sábado, 26 de novembro de 2016

Israel é devastada por incêndios provocados por terroristas, dizem autoridades

Diante dos focos de incêndio provocados intencionalmente, alguns moradores de Israel relacionaram a tragédia com passagens bíblicas.

Pessoas correm em rua de Haifa, em Israel, enquanto incêndio avança nesta quinta-feira (24). (Foto: AP Photo/Ariel Schalit)
Pessoas correm em rua de Haifa, em Israel, enquanto incêndio avança nesta quinta-feira (24). (Foto: AP Photo/Ariel Schalit)
Mais de 60 mil pessoas foram deslocadas de suas casas nesta quinta-feira (24) em Haifa, a terceira maior cidade de Israel, devido a incêndios florestais que já duram três dias. As autoridades suspeitam que parte do fogo foi provocada intencionalmente, por motivos políticos.

Há três dias, o centro e o norte de Israel estão sendo afetados por vários incêndios florestais. Além da região florestal de Haifa, ocorreram outros incêndios nos arredores de Jerusalém, em Moddin (centro) e Talmon, uma colônia israelense na Cisjordânia. Não há registros de mortos.

De acordo com o ministro de Segurança Pública, Gilad Erdan, metade destes incêndios teria uma origem criminosa. Segundo Erdan, o fogo teria sido obra de piromaníacos ou de pessoas motivadas pelo conflito entre Israel e Palestina.

"Estamos enfrentando um terrorismo do incêndio intencional", disse Erdan na noite desta quinta-feira (24) em Haifa, para onde viajou junto com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Nesta sexta (25), o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, anunciou que 12 pessoas foram detidas enquanto tentavam iniciar incêndios ou fugir da área, mas não deu maiores detalhes.

Relação bíblica
A americana Malkah Fleisher, que hoje vive em Jerusalém, disse que compreendeu uma lição ainda mais profunda com a tragédia. Ela abriu a Bíblia e enxergou uma ligação clara entre as atuais chamas e o incêndio que devastou o norte do país em 2010, resultando na morte de 44 pessoas.

"Me lembrei que esta não é a primeira vez que a nação de Israel é incendiada no Monte Carmelo", disse ela ao site Breaking Israel News. Ela compara o atual incêndio com o fogo sagrado do profeta Elias, que desceu do céu quando ele enfrentou os sacerdotes de Baal, conforme relatado em I Reis 18.

"Hoje, neste local que já recebeu o fogo sagrado, nossos inimigos estão usando o fogo contra nós. É uma mensagem divina para a nação? Eu não sou profeta, eu não posso dizer com certeza, mas eu sei que o duelo entre Israel e seus nossos inimigos é físico e espiritual", disse ela nas redes sociais.

Yishai Fleisher, marido de Malkah e porta-voz da cidade sagrada de Hebrom, também aprendeu uma lição profunda diante das chamas.

"Esses terroristas têm uma conexão com a natureza e com a terra, mas a usam para destruir", observou Fleisher. "Eles sabem que as condições, a seca e os ventos fortes são perfeitos para este tipo de ataque."

Fleisher comparou as chamas nas florestas com a ação dos filisteus nos tempos de Abraão, relatada em Gênesis 26:15: “Os filisteus taparam todos os poços que os servos de Abraão, pai de Isaque, tinham cavado na sua época, enchendo-os de terra”.

"Os filisteus precisavam de água também, mas odiavam Isaque. Eles reconheceram que Isaque era mais forte, mas seu ódio por ele e pelo seu Deus era maior do que o seu amor pela vida", analisou Fleisher.

"Estes incêndios deixam claro que não se trata de uma luta nacionalista. Eles não querem uma construção. Eles só querem ver a destruição da terra [de Israel]", completou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE G1 E BREAKING ISRAEL NEWS

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Estado Islâmico crucifica cristão no Iraque: "Se você ama Jesus, morrerá como ele"

O fato foi relatado por Esam, cunhado da vítima. "Ele foi crucificado e torturado na frente de sua esposa e filhos, que foram obrigados a acompanhar tudo", contou o iraquiano.

Terroristas do Estado Islâmico crucificam homem. (Foto: Daily Express)
Terroristas do Estado Islâmico crucificam homem. (Foto: Daily Express)
Um cristão que fugiu de uma cidade próxima a Qaraqosh, controlada pelo Estado Islâmico, compartilhou como os militantes violentamente crucificaram seu cunhado, "da mesma forma que Jesus" e forçaram a esposa e os filhos da vítima a assistirem a tudo.

Esam, que é pai de três filhos, disse à organização 'World Watch Monitor' que vários parentes de sua esposa não conseguiram fugir de Qaraqosh antes que o Estado Islâmico passasse pela cidade predominantemente cristã em 2014. Como todos os cristãos da região, a família também recebeu um ultimato: "Saiam, se convertam ao Islã, paguem um imposto de proteção (jiyza) ou serão mortos". Aqueles que se recusaram a cumprir as exigências do Estado Islâmico não foram perdoados pelo grupo terrorista.

"O irmão de minha esposa foi crucificado pelo Daesh", disse Esam, usando outro nome para se referir ao Estado Islâmico. "Ele foi crucificado e torturado na frente de sua esposa e filhos, que foram obrigados a acompanhar tudo. Os terroristas disseram que se ele amava tanto a Jesus, deveria morrer como Jesus".

Esam disse que os combatentes torturaram seu cunhado das 18h às 23h; Eles abriram seu estômago e atiraram no homem antes de deixá-lo pendurado na cruz.

O homem que relatou o caso também disse que, uma organização sueca ajudou a esposa e os filhos da vítima e que agora estão residindo na Suécia. Como milhares de outros cristãos iraquianos forçados a fugir de suas cidades natais, Esam está atualmente buscando refúgio no país vizinho: a Jordânia.

Um casal cristão - também de membros da família da esposa de Esam - foi sequestrado pelo grupo terrorista, segundo ele revelou. Até hoje, o marido não foi ouvido e a esposa "agora vive com um dos militantes do Estado Islâmico".

Outras meninas de sua cidade natal foram levadas como escravas sexuais: "Ouvimos falar de 12 meninas cristãs que estão com o Daesh", disse ele. "Pode haver mais delas nessa situação. Nosso bispo disse às pessoas para não dizerem se eles perderem suas meninas: é uma vergonha para a família".

Genocídio
Já em janeiro de 2016, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa reconheceu que o Estado Islâmico promove o genocídio de cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio.
"O Conselho da Europa tem respondido às evidências convincentes de que os cristãos e outras minorias religiosas no Oriente Médio são vítimas de genocídio", disse Laurence Wilkinson, Consultor Jurídico da ADF Internacional.

"Esperamos que mais instituições sigam este exemplo para assegurar que uma ação rápida e forte seja tomada pela comunidade internacional para salvar vidas na região", acrescentou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL HERALD

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Ex-muçulmano se entrega a Jesus e evangeliza mais de 600 refugiados, no Reino Unido

"Quando vi esse amor incondicional e a graça de Deus na minha vida, não consegui esconder esta Boa Nova para mim mesmo", disse o missionário Shapoor.

Shapoor se converteu após migrar para o Reino Unido e se tornou missionário entre os refugiados. (Imagem: Pioneers)
Shapoor se converteu após migrar para o Reino Unido e se tornou missionário entre os refugiados. (Imagem: Pioneers)
Ele sentia que seu futuro era incerto e sem propósito quando imigrou do Irã para o Reino Unido como muçulmano. Mas oito anos depois, Deus está usando o missionário Shapoor para construir Seu reino entre a população de refugiados na Europa.

"Quando eu era muçulmano, eu não acreditava que Deus pudesse falar com pessoas comuns, ter qualquer relacionamento com elas ou usá-las de alguma forma", disse Shapoor a um líder do ministério 'Pioneers'.

Quando Shapoor começou a ler a Bíblia, viu sua vida mudar. "Quando conheci a Cristo e li a Bíblia, descobri que Deus tem um coração que arde pelos pecadores e por todos", diz ele.
Depois que Shapoor entregou sua vida a Jesus, Deus o encheu com um desejo contagioso de pregar o Evangelho.

"Quando vi esse amor incondicional e a graça de Deus na minha vida, não consegui esconder esta Boa Nova para mim mesmo", disse ele. "Porque nós viemos das trevas à luz, não guardamos isto para nós mesmos. Da mesma forma que você recebe livremente a salvação, leve esta mensagem livremente a outras pessoas".

Ele começou a compartilhar a mensagem do Evangelho no campo de refugiados, povoado com imigrantes da Síria, Iraque, Irã e África, sendo muitos deles, muçulmanos.
"Eu vim aqui [campo de refugiados] todos os sábados para lhes trazer comida. Também durante a semana eu vinha para evangelizar e conversar sobre Jesus", contou.

Com a ajuda de Deus, Shapoor conseguiu evangelizar mais de 600 iranianos, que entregaram suas vidas a Jesus.

"Uma das coisas emocionantes é passar o Evangelho para a próxima geração", diz ele. "Como Paulo disse, tentamos encontrar as pessoas que são fiéis e ensináveis ​e assim os ensinamos".
Embora haja uma reação contra os imigrantes que chegam na Europa Ocidental e no Reino Unido, Shapoor entende que Deus está criando oportunidades para a pregação do evangelho nesse contexto.

"As nações estão vindo para nós", observa. "No Irã, as pessoas são presas porque estão compartilhando o Evangelho, mas quando elas chegam aqui têm a liberdade para compartilhar o Evangelho, ler a Bíblia e convidar os outros para a igreja".

"Aqui ninguém quer nos prender porque pregamos o Evangelho, então esta é uma oportunidade incrível, maravilhosa para ver como Deus está usando esta difícil situação para Seu bem", acrescentou.

Shapoor destacou que é preciso olhar para todas as pessoas com os olhos de Deus.
"Todas as pessoas são feitas à imagem e semelhança de Deus e devemos vê-las como seres humanos. Devemos vê-las com o amor de Jesus. Jesus morreu por cada pessoa na Terra. Jesus ama a todos nós, incondicionalmente", lembrou.

"Minha pergunta é a mesma que Deus perguntou em Isaías 6: 'A quem enviarei?", finalizou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOD REPORTS

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Israel recebe 700 judeus brasileiros e migração cumpre profecia bíblica

O aumento do retorno dos judeus à Israel é reflexo do cumprimento das profecias bíblicas que apontam para o fim dos tempos, conforme indicam alguns teólogos.

Imigrantes do Brasil chegam a bordo de um voo organizado pela Agência Judaica para Israel. (Foto: André Jerusalmy)
Imigrantes do Brasil chegam a bordo de um voo organizado pela Agência Judaica para Israel. (Foto: André Jerusalmy)
Cerca de 700 judeus brasileiros irão migrar para Israel até o final de 2016, de acordo com a Agência Judaica para Israel.

A Aliá (termo que designa a imigração judaica para Israel) já foi feita por 650 brasileiros este ano e ainda conta com mais 50 pessoas até o final de dezembro. O atual número é maior do que os 496 imigrantes brasileiros registrados em 2015 e 280 em 2014.

"A comunidade judaica brasileira é uma comunidade quente, sionista com fortes laços com Israel", disse o presidente da Agência Judaica, Natan Sharansky, durante uma visita ao Brasil. "Desde o estabelecimento de Israel, mais de 15 mil judeus brasileiros imigraram para a nação, contribuindo para o caráter e força nacional judaica do Estado".

O chefe da delegação da Agência Judaica no Brasil, Revital Poleg, observou que o aumento da aliá está ligado à crise econômica em curso no Brasil e aos fortes laços da comunidade brasileira com Israel.

"Muitos dos imigrantes encaram Israel como um lugar onde eles podem levar suas vidas de judeus em um ambiente onde se sentem em casa", disse Poleg. "Cerca de 70% dos imigrantes são jovens famílias que querem dar a seus filhos uma educação de alta qualidade, ou jovens à procura de estudos universitários em Israel e que querem construir suas carreiras lá".

O Brasil abriga cerca de 120 mil judeus, a segunda maior comunidade judaica da América Latina depois da Argentina.

Imigração aponta profecia bíblica
O aumento do retorno dos judeus à Israel, desde que o país foi reconhecido como Estado em 1948, é reflexo do cumprimento das profecias bíblicas que apontam para o fim dos tempos, conforme indicam alguns teólogos.

Muitos especialistas acreditam que os versículos mencionados em Isaías, Jeremias e Ezequiel são profecias que indicam a recriação do Estado judeu, que se desdobrou somente em 1948 — muitos séculos depois do registro dessas palavras.

Naquele dia, o Senhor estenderá o braço pela segunda vez para reivindicar o remanescente do seu povo que for deixado na Assíria, no Egito, em Patros, na Etiópia, em Elão, em Sinear, em Hamate e nas ilhas do mar. Ele erguerá uma bandeira para as nações a fim de reunir os exilados de Israel; ajuntará o povo disperso de Judá desde os quatro cantos da terra. (Isaías 11:11-12)
Portanto, diga: Assim diz o Soberano, o Senhor: Eu os ajuntarei dentre as nações e os trarei de volta das terras para onde vocês foram espalhados e devolverei a vocês a terra de Israel. (Ezequiel 11:17)

"Estão chegando os dias", declara o Senhor, "em que esta cidade será reconstruída para o Senhor, desde a torre de Hananeel até a porta da Esquina. A corda de medir será esten­dida diretamente até a colina de Garebe, indo na direção de Goa. Todo o vale, onde cadáveres e cinzas são jogados, e todos os terraços que dão para o vale do Cedrom a leste, até a esquina da porta dos Cavalos, serão consagrados ao Senhor. A cidade nunca mais será arrasada ou destruída." (Jeremias 31: 38-40)

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DE BREAKING ISRAEL NEWS

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Candelabro e óleo para o Terceiro Templo estão prontos, anuncia Sinédrio

A construção do Terceiro Templo é apontada como um sinal profético para os últimos dias. Segundo o livro de Daniel, o local já existirá em Jerusalém durante a Grande Tribulação.

Judeus oram em frente a um menorá no Muro das Lamentações. (Foto: Miriam Alster/Flash90)
Judeus oram em frente a um menorá no Muro das Lamentações. (Foto: Miriam Alster/Flash90)
O óleo e a menorá (candelabro de sete braços) foram cuidadosamente preparados pelo Sinédriopara fazerem parte do Terceiro Templo, local que os judeus aguardam para ser construído em Jerusalém. A menorá será acesa pelo óleo durante o Chanucá, festa judaica também conhecida como o Festival das Luzes, que começa no dia 24 de dezembro.

"O óleo está pronto, por isso, se o governo decidir permitir, nós estaremos prontos para ir até o Monte do Templo e acender a menorá", disse o rabino Yaakov Savir, nomeado pelo Sinédrio para supervisionar o processo de produção do óleo.

Segundo Yaakov, o ato de acender a menorá é considerado uma oferta a Deus. "O óleo é queimado como um sacrifício animal e é considerado uma das ofertas diárias do Templo", explicou o rabino ao site Breaking Israel News.

Curiosamente, o Templo físico não é necessário para cumprir o mandamento de acender a menorá. Diante dos atuais conflitos que envolvem o Monte do Templo, seria difícil realizar este tipo de ritual no local, que atualmente proíbe qualquer tipo de oração judaica. No entanto, o Sinédrio continua esperançoso.

"Nós podemos fazer esta parte do ritual no Monte do Templo, sem a construção de um templo. Estamos preparando o óleo agora para que, se a situação mudar, possamos estar prontos para executar este mitzvah (mandamento da Torá)", disse o rabino Yaakov.

De acordo com a Torá, a menorá do Templo deve ser produzida com ouro. Na ausência deste tipo de candelabro, o objeto feito com qualquer tipo de metal também é permitido dentro do Templo.
No entanto, o óleo será aceso na noite de sexta do Chanucá, no dia 29 de dezembro, com a réplica da menorá em madeira. A cerimônia acontecerá em Jerusalém; nela os cohanim (homens da linhagem sacerdotal) estarão vestidos com seus trajes sacerdotais e acenderão o óleo, conforme seus antepassados fizeram no Templo.

Produção do óleo
Orientado pela Bíblia, o processo de produção do óleo é complicado e levou alguns anos, relata o rabino Yaakov. "A Torá especifica que as azeitonas devem ser trituradas. Nenhum outro meio de extrair o óleo é permitido pela Torá", explicou.

Homens da linhagem sacerdotal em reconstituição ao ritual Páscoa. (Foto: Instituto do Templo)
"Depois de bater as azeitonas individualmente, elas são colocadas em descanso por vários dias, sem qualquer pressão, para que o óleo possa escorrer para fora delas. O rendimento é muito baixo, apenas cerca de 2%, mas a qualidade, medida pela acidez do óleo, é muito superior a qualquer outro método", Yaakov observa.

Na última quarta-feira (16), auxiliado por um grupo de voluntários, o rabino preparou 20 quilos de azeitonas, que deve produzir um pouco mais dois quartos e meio de óleo.

"O Templo será reconstruído. Pode acontecer mais cedo ou mais tarde, mas as pessoas estão cada vez mais conscientes do Templo, estudando sobre isso, e o número de visitantes ao Monte do Templo está aumentando rapidamente. É inevitável que a vontade do povo, o seu desejo de construir o Templo, se torne uma realidade", disse Yaakov,

Quando isso acontecer, a menorá e seu óleo estarão prontos.

Significado profético
O Monte do Templo é um local sagrado para muçulmanos, cristãos e judeus, sendo também um dos locais mais disputados do mundo. Neste local foi construído o Primeiro Templo pelo Rei Salomão, posteriormente destruído em 586 a.C.

Anos depois foi reconstruído o Segundo Templo, que voltou a ser destruído em 70 d.C. pelos romanos — com a exceção do muro ocidental, conhecido como Muro das Lamentações.

A Bíblia aponta que o Terceiro Templo existirá durante a Grande Tribulação. Daniel se refere a este templo quando diz que "o príncipe que há de vir" (Anticristo) irá cessar os sacrifícios no local em meio à Tribulação (Daniel 9:27). De acordo com o apóstolo Paulo, o "homem do pecado" se assentará no templo como se ele fosse Deus (2 Tessalonicenses 2:3-4).

domingo, 20 de novembro de 2016

"A cada corte, um alívio": Por que jovens e crianças estão machucando o próprio corpo?

Em entrevista exclusiva, a pastora e advogada Damares Alves falou sobre a prática da automutilação ou "cutting", que revela o pedido de socorro silencioso que jovens, adolescentes e crianças estão emitindo.

A prática da automutilação pode ser causada por sentimentos de medo, depressão, dores psicológicas e até mesmo espirituais.
 (Foto: Getty)

"Oi, alguém me ajuda? Me corto. Tenho Onze anos de idade". O pedido de socorro é pequeno e tem poucas palavras, mas é o suficiente para mostrar o desespero de uma criança que pratica a automutilação ou o chamado "cutting", que consiste no uso de lâminas para cortar o próprio corpo, em busca de alívio para algum tipo de dor (emocional ou até mesmo, espiritual).

O tema é pauta de uma matéria especial do Fantástico neste domingo (20), mas segundo a pastora, advogada e palestrante Damares Alves, já é um problema antigo, que atormenta, não somente os que se afundam nesta prática, mas também as famílias destes jovens e crianças que se automutilam.
"As crianças estão com dor na alma e elas falam que se cortam para aliviar a dor da alma. As crianças estão se cortando no Brasil a partir de oito anos de idade", alertou a pastora.

Damares Alves coordena um grupo cristão que busca alertar igrejas e famílias sobre o perigo da automutilação. Considerando que esta é uma realidade cada vez mais presente, até mesmo entre jovens, crianças e adolescentes cristãos, a pastora e suas parceiras desse ministério têm buscado abrir os olhos de líderes, afirmando que o "cutting" é, na verdade, um pedido silencioso de socorro.

Em entrevista exclusiva ao Portal Guiame, pastora Damares Alves falou abertamente sobre o assunto, mostrando que a o vício da automutilação não discrimina classe social, raça ou religião; alertou sobre o poder das redes sociais na disseminação dessa prática e a importância da ação dos pais e igrejas no combate a este mal.

Confira a entrevista na íntegra, logo abaixo:

Portal Guiame: Jovens, adolescentes e até mesmo crianças estão praticando a automutilação no Brasil, para tentar fugir de suas dores (psicológicas ou espirituais). Em sua opinião, o que está abrindo caminho para que as coisas cheguem a tal ponto?

Damares Alves: É bom lembrar que a automutilação, ou o "cutting", não é algo novo. Isto sempre existiu entre jovens e adolescentes. Eu conheço adultos que se automutilaram quando jovens. Na literatura médica, na classificação das doenças, encontramos a 'Síndrome de Bonderline', também conhecido como transtorno de personalidade limítrofe. É uma doença psicológica grave, que provoca oscilacão de humor. O indivíduo tem medo de ser abandonado pelas pessoas próximas, pelos familiares e sofre com comportamentos impulsivos. O portador desta síndrome também se automutila.

O que vem chamando atenção de todos agora é o numero cada vez maior de crianças, adolescentes e jovens praticando a automutilação. O que também assusta, causa espanto, é o fato de encontrarmos criancas cada vez mais novas se ferindo, se cortando, se machucando. Eu mesma estou acompanhando uma menina que tem apenas sete anos de idade e pratica o "cutting".

O número, de fato, é assustador. Já existem até especialistas afirmando que estes jovens e crianças estão se automutilando por modismo. É fácil encontrar um adolescente afirmando que se cortou só porque todos estão se cortando. Quem navega neste universo também percebe que existe aquele se corta para ser aceito no grupo, para ganhar a admiração e prestigio na escola ou nos grupos, provando que "tem coragem". E possível perceber que existe até uma certa competição e exibicionismo. Alguns se filmam, se fotografam enquanto se ferem e publicam nas redes sociais para mostrar que se cortaram mais, que têm a maior cicatriz, que sua dor e maior que a do outo. Uma professora me disse que ela tem a impressão que alguns de seus alunos exibem as cicatrizes como um tipo de troféu.

Contudo, na minha experiência, percebo que a maioria esmagadora dos que se automutilam dessa forma agem em virtude da depressão, da angústia, por estarem machucados, sofrendo com uma profunda e terrível dor na alma; dor essa que é motivada por diversos fatores como abuso sexual, bulliyng, dúvidas sobre a própria identidade sexual, abandono, agressões fisicas e psicológicas, sentimento de culpa, medo, entre outros. A frase mais comum entre eles é: “a cada corte, um alívio”.
Damares Alves recebe com frequência, imagens de adolescentes que se cortam para tentar aliviar suas dores da alma. (Imagem: Facebook)
Portal Guiame: Aplicativos de celular e grupos das redes sociais estão ensinando e estimulando esta prática tão prejudicial. Qual o papel dos pais no combate a este tipo de ataque?

Damares Alves: Sou considerada por alguns como radical e excessivamente zelosa quando digo aos pais que adolescentes não podem ter senhas secretas [que somente eles saben] em seu celulares e computadores e nem senhas secretas para navegar na internet. Os pais precisam saber com quem os filhos falam nas redes sociais e sobre o que estão falando. Mas isto tem que ser construído com os filhos, dentro de um ambiente de diálogo, para que os filhos não sintam que isto é uma "invasão de privacidade". Tenho recomendado aos pais, que retardem o máximo possível a entrega de um celular, computador ou tablet para os filhos manusearem sozinhos. Tem sido cada vez mais comum os pais darem a uma criança de cinco anos de idade, por exemplo, o primeiro celular com acesso irrestrito à internet.

As redes sociais hoje têm disseminado uma cultura de morte. Existem grupos, páginas e até mesmo blogs disseminando a ideia da automutilação. Facilmente encontramos vídeos ensinando nossos filhos a se cortarem, se machucarem e até mesmo a se enforcarem.

Tive um encontro com pais cujos os filhos tinham se suicidado. Eles me disseram que não sabiam que os filhos estavam se cortando. Somente depois das mortes, quando foram verificar os computadores e celulares é que descobriram o que estava acontecendo.

Quero chamar atenção dos pais para os grupos de whatsapp. Existem grupos fechados de adolescentes e jovens suicidas. Tenho recebido alguns 'prints' [capturas de tela] de conversas que acontecem entre os membros destes grupos. O conteúdo me deixa estarrecida.

Portal Guiame: Em uma de suas palestras, você revelou que 40% das crianças que se cortam no Brasil são de famílias cristãs. Como as igrejas podem se mobilizar para combater este ataque sofrido por mentes tão jovens e vulneráveis?

Damares Alves: Tenho alertado aos líderes e aos pais que dentro das igrejas temos muitas crianças, adolescentes e jovens se cortando. Faço este alerta, pois muitos pais evangélicos e católicos praticantes acham que seus filhos estão imunes e que jamais se automutilarão. Os pais precisam saber que apenas levar os filhos para os templos, levá-los para um evento na igreja não quer dizer que eles tiveram um encontro de verdade com Jesus Cristo, que cura todas as dores da alma. Os pais levam os filhos, geralmente uma vez por semana à igreja e apostam que assim fizeram sua parte... que os filhos estão protegidos, mas ao longo da semana estes mesmos pais estão ausentes, distantes dos filhos ou alguns até mesmo são os agentes das agressões que provocam tanta dor nos próprios filhos.

Nos últimos meses, em todas as igrejas nas quais falei sobre automutilação, ao final do culto tive que orar por jovens, crianças e adolescentes que estavam se cortando ou que se relacionavam com pessoas que se automutilavam. Já aconteceu comigo também de estar pregando e jovens se levantarem de seus bancos e jogarem as navalhas / lâminas no púlpito, enquanto eu falava ou orava. Tive uma experiência recente com um pastor de uma grande igreja. Eu estava falando e ele me interrompeu, tomou o microfone de minhas mãos e pediu para a esposa subir ao púlpito. Juntos, chorando, ambos confessaram para a igreja que a filha de 14 anos de idade, se automutilou durante dois anos.

Já aconteceu em uma igreja que o ministério de louvor não conseguiu cantar ao final da minha palavra, pois todos choravam muito e me pediam para orar por eles. Tiveram a coragem de confessar que dois dos membros do grupo estavam se cortando. Não há uma igreja que quando eu fale sobre o assunto, professores, médicos ou agentes da área de seguranca presentes no auditório não se levantem em lágrimas, pedindo por socorro, pois não sabem mais o que fazer no diante da grande quantidade de crianças e adolescentes que eles atendem e que estão se cortando. O assunto está mais presente na Igreja que todos possam imaginar. Os pastores e líderes não poderão mais ignorar esta tragédia que abate toda a sociedade. Não podemos mais fingir que isto não está acontecendo, também dentro de nossas igrejas.
Imagens dos cortes geralmente são postadas nas mídias sociais com pedidos de socorro, para tentar se libertar do que os próprios praticantes da automutilação chamam de "vício". (Imagem: Facebook)


Portal Guiame: Existe uma relação forte entre a automutilação e o suicídio? Uma coisa poderia levar à outra?

Damares Alves: Que fique certo que nem todos que se automutilam querem se matar. Pelo contrário: alguns querem tanto viver que se cortam para aliviar suas dores e assim sobreviverem. Há necessidade de se identificar o que está levando a pessoa a se automutilar. Ttemos que atacar e nos preocupar com a causa disso tudo. No entanto, um adolescente ou um jovem que está se automutilando e que passa o tempo todo se relacionando com outras pessoas que também se automutilam pode ser sugestionado ou até mesmo incentivado a se suicidar. Sabemos inclusive que existem grupos que desafiam estes jovens e crianças a fazerem pactos de suicídio.

Temos ainda um outro aspecto a ser considerado. Algumas pessoas morrem durante a automutilação por acidente. É comum que pessoas estarem se cortando e passarem do ponto imaginado, quando alcançam uma veia, passando a sangrar demais, morrendo por hemorragia. Outro exemplo são aqueles que estão se sufocando com cordas e passam do ponto e morrem enforcados. Saibam que do mesmo jeito que existem pessoas que se cortam para aliviar a dor, tem pessoas que se sufocam com cordas apenas para ter a sensação do sufocamento e aliviar suas dores, mas não querem se enforcar realmente. Existem várias formas de se automutilar, como atear fogo em partes do corpo, arrancar cabelos, comer objetos, etc. Todas as formas podem levar à morte de forma acidental.
Grupos de mídias sociais têm distribuídos às crianças, até mesmo um "tutorial de suicídio". (Imagem: Facebook)

Portal Guiame: Então, qual seria a real gravidade deste quadro?

Damares Alves: É muito grave. Estamos diante de uma das maiores tragédias. Estamos diante do maior ataque aos nossos jovens, adolescentes e criancas. Desde que eu comecei a lidar com o tema, estou mergulhada em um mar de sangue. Confesso que não e fácil lidar com tanto sangue derramado. Urge a necessidade de nos levantarmos e com coragem bradar: Basta!

FONTE: GUIAME, POR JOÃO NETO